Esta pergunta vem sendo feita por muitos profissionais do mercado desde que o avanço das negociações de fusão entre o escritório brasileiro da McCann Erickson, uma das gigantes do Grupo Interpublic, e a W/, de Washington Olivetto.
Pois o que seria improvável anos atrás nunca esteve tão próximo de acontecer. Olivetto está disposto a entregar a outras mãos a marca W/, uma das principais responsáveis pela boa reputação criativa da publicidade nacional, pelo reconhecimento do País em festivais internacionais e pela incorporação de bordões da propaganda ao cotidiano dos brasileiros.
Curiosamente, em sua história no País a McCann Erickson esteve quase sempre em outra ala do setor, aquela que preza mais o topo do ranking de faturamento que os Leões de Cannes. Além disso, nos últimos anos, com a finalidade prioritária de acompanhar as necessidades de seus clientes multinacionais, encabeçou a construção de um dos principais grupos multidisciplinares do País, ao lado de Momentum, Sun MRM e FutureBrand.
Embora as empresas não confirmem oficialmente, as questões legais e contratuais já estão sendo discutidas. Se forem mantidas as bases atuais das tratativas, equipe e clientes da W/ deverão se mudar em breve para a sede da McCann Erickson. Em contrapartida, a multinacional estaria disposta a preservar a marca da agência brasileira na nova operação.
Do lado da multinacional, com aval do Interpublic, a negociação é conduzida pelo diretor regional do McCann Worldgroup para América Latina e Caribe, Luca Lindner, e pelo presidente da McCann Erickson Brasil, Fernando Mazzarolo.
Já Olivetto participa ao lado do presidente da W/, Paulo Gregoraci. Em janeiro de 2009, Olivetto assumiu o controle da agência sem a participação acionária de Javier Llussá e Gabriel Zellmeister, que foram sócios na W/Brasil desde julho de 1989, quando o grupo suíço GGK deixou o negócio que havia ajudado a inaugurar em julho de 1986, como W/GGK.
Prometendo se afastar do cotidiano da agência em 2016, quando terá 64 anos, Olivetto nutre o desejo de perenizar a marca W/, motivo pelo qual reluta em aceitar uma venda de parte majoritária da agência. Entretanto, interlocutores próximos à negociação com a McCann Erickson descartam qualquer possibilidade de a multinacional abrir mão do controle de sua agência no Brasil, pelo simples fato de que não pode reportar seu resultado financeiro à matriz se não tiver mais de 50% do negócio.
Para "imortalizar" a marca W/, Olivetto sabe que terá de abrir mão do controle da agência em algum momento, seja agora ou daqui a seis anos, como promete - e, até mais importante que isso, sabe que já garantiu lugar para sua marca na história da publicidade.
Matéria publicada no m&m online.
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