30 de abr. de 2010
29 de abr. de 2010
Entrevista com Pedro Pletitsch.
Pedro Pletitsch é diretor de arte e professor da Miami Ad School ESPM. Com passagens pela Fischer America, Young & Rubican, Loducca, Colucci, McCann (Londres e Madri) e McCann SP, acumula prêmios como: Clube de Criação de São Paulo, ABP, Profissionais do Ano, Festival de Nova York, Archive, Graphis, Festival de Londres, Clio, Shots, Fiap, AD&D, One Show e Festival de Cannes. Em julho, Pedro Pletitsch estará em Caxias do Sul ministrando curso de criação promovido pelo CCCS.
CCCS - Como você entrou para o ramo da publicidade?
Pedro Pletitsch - Comecei de um jeito meio diferente. Um professor da faculdade, muito mais artista do que publicitário, passava algumas tarefas estranhas. Posters tridimensionais, embalagens para frutas, coisas meio malucas mesmo. Eu curtia a levava zilhões de idéias. Ele então me convidou pra trabalhar no seu estúdio, onde a gente ganhava uma miséria, fazendo capas de livro (devo ter feito mais de 200), brindes malucos e alguns projetos de ponto de venda. Depois de 4 anos nessa vida, uns caras da McCann ouviram falar das coisas doidas que fazíamos e nos chamaram pra conversar. Em meia hora, o VP de criação nos ofereceu um salário maravilhoso, pra gente fechar o estúdio e montar um departamento de Merchandising dentro da McCann. Em poucos meses percebemos que os clientes eram mais resistentes a novas idéias nessa área, do que no advertising. Então fui recebendo jobs de propaganda e a parte de merchandising foi morrendo naturalmente. Isso aconteceu em 1985, época ainda romântica da propaganda. Hoje acho que seria impensável esse tipo de coisa.
CCCS - O que você acha que é mais importante em um publicitário: Talento nato, criatividade ou experiência?
CCCS - Quais são os elementos que uma boa propaganda não pode deixar de ter?
Pedro Pletitsch - Bom argumento, relevância para o target, coerência com a verba do cliente e com tudo isso, ainda dar um susto nas pessoas.
CCCS - Num mundo cada vez mais visual, há quem diga que não há espaço para texto. O que você acha disso?
Pedro Pletitsch - Acho difícil comparar dessa forma. Imagens e textos são fundamentais, e apenas tem pesos diferentes dependendo do objetivo. As pinturas do renascimento mudaram o mundo tanto quanto a Bíblia de Gutenberg. Um filme da Apple é tão importante quanto a palestra do Steve Jobs. Como questionar a importância dos discursos do Obama?
CCCS - As novas tecnologias (e principalmente a internet com suas mídias sociais) estão mudando o comportamento dos consumidores. O que a empresa - e o publicitário - precisa ter em mente na hora de criar para essas novas mídias?
Pedro Pletitsch - Acho que a primeira coisa é ser honesto. Pra assumir que estamos todos aprendendo, e ninguém tem respostas seguras nesse novo mundo. Pra ouvir muito as pessoas do seu target antes de sair criando. Elas tem um poder imenso e respondem bem ou mal rapidamente. E pra ser transparente, assumindo riscos junto com o cliente, pois nesse universo, o controle sobre sua mensagem é muito restrito.
CCCS - Fazer apenas uma propaganda criativa hoje, não é suficiente. Você acha que hoje o publicitário precisa agregar mais funções do que antigamente? Publicitário, também tem que ser marketing, psicólogo, filósofo, administrador, vendedor...?
Pedro Pletitsch - Acho que os grandes publicitários sempre foram tudo isso e com mais dificuldade. Hoje, a informação está disponível para todos. Então essa multiplicidade acaba sendo exigida em todas as áreas, pois não é mais um diferencial só de quem pode comprar livros, por exemplo. No geral eu diria que quanto mais informacões pudermos absorver, melhor seremos. É sempre melhor termos muita informacão e utilizarmos uma parte, do que não ter nenhuma.
CCCS - A propaganda muda o consumidor, o consumidor muda a propaganda, os dois ou nenhum?
Pedro Pletitsch - Os dois, claro. Fazer um trabalho brilhante é muito difícil e fazer um trabalho popular também é. Imagine então fazer um trabalho popular e brilhante. Para mim, o trabalho desenvolvido para a cerveja Skol tem sido um exemplo de que isso é possível.
CCCS - Você vai dar um curso em Caxias do Sul em parceria com o CCCS sobre criação. Fale mais sobre como é este curso.
Pedro Pletitsch - É sempre um grande prazer trocar experiências com pessoas de outros mercados. Nesses mais de 20 anos de propaganda, tive a sorte e a oportunidade de trabalhar em grandes e importantes agências, no Brasil e na Europa. Com isso, tive a chance de conviver com grandes profissionais, e de participar de encontros, palestras e projetos em vários lugares do mundo, como Nova York, Londres, Madri e Milão, além de Cannes, onde existem palestras incríveis para apaixonados por propaganda. Tenho muita informação com qualidade e profundidade, que não dá pra simplesmente encontrar na internet. Reuni toda essa informação e organizei de uma forma linear e didática, tomando o cuidado de adaptar para a nossa realidade. Além de São Paulo, já dei esse curso em diversas cidades, e tem sido muito legal, pois nas avaliações que fazemos no final do curso, o índice de ótimo varia de 96% a 100%.
CCCS - O que é mais difícil, tornar um produto desinteressante atraente, vender uma idéia ousada para um cliente ou lidar com o ego de colegas de trabalho?
Pedro Pletitsch - Vamos por partes. O produto meia boca é o mais difícil. Claro que depende de cada caso, mas costuma funcionar melhor quando conseguimos encontrar, com honestidade, um argumento mais emocional, que justifique essa compra. Um daqueles doces vendidos na rua, nada saudáveis, mas que te lembram da infância, por exemplo. A idéia ousada é um pouco difícil e depende muito de o quanto você está preparado para vendê-la. Se você tem argumentos reais, e não achismos, diria que tem 20 % de chance. É pouco, mas se você não tem, sua chance é zero. O ego é o mais administrável. Existe uma teoria que diz que toda prepotência nada mais é do que um escudo para esconder uma fragilidade. Se você não tem nada a esconder, não entra nesse jogo. E como um prepotente só funciona com platéia, quanto menos gente assim, mais o clima melhora. E além do mais, a prepotência na propaganda tá bem fora de moda.
CCCS - A propaganda se transforma ao longo dos anos, acompanhando as mudanças tecnológicas e comportamentais. Qual será o futuro da propaganda, na sua opinião?
Pedro Pletitsch - Acredito que ninguém tem essa resposta, então o que nos resta é estarmos atentos e bem informados. Para nós da criação, a coisa me parece menos assustadora, pois as bases do nosso trabalho não devem mudar. As idéias boas, relevantes, coerentes e ousadas vão continuar vencendo, seja no folheto ou no filme pra celular, pois os meios mudam, mas as emoções das pessoas não. O mergulho no mar, o sorvete no calôr, o vinho na lareira e o Natal para as crianças, não vão morrer. Ainda bem.
28 de abr. de 2010
F/Nazca vence GP do 8º Prêmio ANJ.
27 de abr. de 2010
Vaga Usina do Relacionamento.
A Usina do Relacionamento está selecionando estagiário de publicidade e propaganda com experiência na área de criação, com conhecimento em Photoshop e Corel Draw. Procura-se pessoas com iniciativa, criatividade e objetivo em acrescentar ao portfólio trabalhos para grandes marcas.
Os interessados devem enviar e-mail com currículo para:
luisa@usinadorelacionamento.com.br
Contrato imediato.
Olivetto mantém Diretores de Criação de W/ e McCann.
23 de abr. de 2010
Brasil tem 49 finalistas no Clio Awards 2010.
22 de abr. de 2010
Sexta tem encontro do CCCS.
20 de abr. de 2010
16 de abr. de 2010
Vaga Studiodesign Comunicação.
Vaga Liveit.
15 de abr. de 2010
14 de abr. de 2010
Twitter abre espaço para a publicidade.
13 de abr. de 2010
Brasil fechará 2010 como 6º maior da mídia mundial.
12 de abr. de 2010
Ibope radiografa imagem da publicidade no Brasil.
9 de abr. de 2010
8 de abr. de 2010
6 de abr. de 2010
Sexta tem encontro do CCCS.
5 de abr. de 2010
Parece mas não é.
Ao ler um artigo no M&M, eu me lembrei da discussão que vimos aqui durante a semana passada sobre chupadas. O autor, Hélio Mattar do Instituto Akatu, fala da origem da palavra ‘sincero’. Sincero quer dizer ‘sin cera’: “expressão usada para caracterizar a qualidade dos vasos de barro que não se romperam ao secar ao sol”. Por isso, não precisavam de cera, ou seja, de retoques para cobrir as imperfeições. Vivemos uma era em que ser íntegro, sincero e transparente é bem melhor do que sofrer a vergonha de alguém descobrir o que você fez. E isto é cada vez mais rápido e fácil. Acabou-se o tempo em que alguém dizia: “Ah, isso foi feito lá no Longistão em 2001, ninguém vai ver.” Mas vê sim. Com o mundo digital, já era.
Qualquer semelhança faz com que o internauta não acredite em mera coincidência. Faça um lançamento de carro com “Happy Together” (que pessoalmente adorei e ficava cantando) que um Kibeloco levanta a lebre de uma campanha de batata frita lá na Austrália. Aqui no Vale do Paraíba também é assim. Cópias de Anuário, Archive, American Logotypes, CCSP Online, Ads of the world… são coisas que vemos por aí com mais freqüência do que se imagina e que correm o risco de acabarem aparecendo aqui. O ctrl+c, ctrl+v não pode correr solto. Ser original dá tanto trabalho? A partir dessa, me vem uma série de perguntas: ‘Qual o limite entre a referência e cópia?’ ‘Até onde dá pra ir?’ ‘Plágio, fórmula pronta ou linguagem?’ A resposta é ‘depende’, claro. Vai do botãozinho lá dentro de cada um que já deveria vir de fábrica: o desconfiômetro. Ainda que fosse para resolver um job em 5 minutos, não existe crime maior ou menor, nem fins que justifiquem meios. Referências precisam ir além da própria Propaganda, ou corremos o risco de vivermos o mundo ao redor apenas de nossos umbigos.
Mas e as coincidências? Não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem. Precisamos ter muito cuidado com clichês e recursos fáceis de uma propaganda autocentrada. Peças das quais se trocássemos os logos, pareceriam todas parte de uma mesma campanha. Pessoas felizes, famílias no parque, pessoas famosas sorrindo… me responda, quais são as diferenças entre os folhetos de empreendimentos imobiliários que você já viu? Provavelmente você se lembra de quem ousou e foi diferente. Essa é uma verdade que não se restringe a esse segmento exclusivamente, mas vou citar um exemplo. Eu me lembro de uma peça da Atributo em que fizeram um folheto em forma de disco de vinil, já há algum tempo, para um empreendimento. Com uma faca simples, mas que destoava dos demais. Eu queria ter feito aquilo.
Escrevi no comment da discussão que gerou a coluna de hoje que Briefings parecidos geram soluções parecidas. Passar segurança, credibilidade e confiança não é briefing, é condição, é premissa, senão ninguém compra de você. Cabe à equipe envolvida no job, independentemente do departamento, ver além do que é aparente e começar do começo já sendo criativo e observando o produto de maneira diferente. Ou correr o risco de fazer mais do mesmo.
Fonte: www.ccvp.com.br
1 de abr. de 2010
Mais uma desculpa para viajar.
Para quem não foi na palestra, um resumo da mesma, nas palavras do Gabriel Prehn Britto:
Viajar estimula a criatividade? Eu tinha certeza disso quando me propus a falar sobre o tema na palestra do CCCS, mas minha convicção era baseada exclusivamente em experiências pessoais. Sempre senti que voltava das viagens louco para fazer coisas novas, querendo mudar isso e aquilo. Porém, nunca havia encontrado (e nem procurado) nenhuma comprovação científica da minha pseudo-teoria. Era achismo brabo mesmo. Então fui atrás de algo com mais credibilidade do que eu, para não passar por charlatão na frente dos criativos de Caxias do Sul. Pesquisa aqui, clica ali, acabei encontrando a prova que faltava para saber que eu estava certo.
Por quê? Pelo óbvio. Viajantes vivem lidando com pontos de vista diferentes sobre assuntos idênticos, por isso percebem que existem formas diferentes de interpretação dos problemas. Sensacional, não? Mas o mais importante é que o mesmo estudo mostrou que a melhora no desempenho criativo está ligada ao grau de abertura do viajante às novas culturas com as quais entra em contato. Ou seja, pouco adianta você ir para a Cochinchina se insistir em ficar fechado no seu mundinho, sem procurar participar/entender a cultura local. Aliás, se for para isso, por que mesmo você viajou?
Com a ciência me dando apoio, me achei o máximo e saí atrás também de uma opinião filosófica para o assunto. Encontrei no papa dos preguiçosos: Domenico de Masi. Olha o que ele diz no excelente livro O Ócio Criativo: “Nós fomos primeiro nômades e depois nos tornamos sedentários. (…) Mas o antigo nômade que ainda vive dentro de nós não morre nunca, e, quando a gente menos espera, a sua inquietude neurótica desperta do sono para nos obrigar a sair pelo mundo. (…) O nômade (…) conserva um segredo de felicidade que o cidadão perdeu (…). Para reencontrar este segredo, os cidadãos são atiçados pelo demônio da viagem (…) usam como pretexto os negócios ou as férias. Fazem as malas e partem. (…) Mozart não fez outra coisa a não ser girar pelo mundo (…). Cada viagem contribuiu para enriquecer e refinar o seu espírito musical, até fazer dele o grande gênio que todos conhecemos.”
E a melhor parte do tio Domenico: “Mudar de lugar estimula a criatividade.” Um grand finale teórico perfeito para o que eu sempre senti na prática.
Fonte: www.oqueeufiznasferias.com.br